Padre Fábio de
Melo nos conta uma história de um casal que tem um filho de 5 ou 6 anos de
idade, com uma enfermidade terrível, uma rara doença que paralisa os movimentos
e os médicos disseram que esta criança não tem muitos dias de vida. E os pais
não sabem até quando este garoto vai estar entre eles. E estando o garoto e os
pais numa reunião da escola por ocasião das festas juninas daquele ano, e ele não
anda, pois não consegue ficar em pé, e quando a professora perguntou aos alunos:
Quem aqui quer dançar quadrilha? Ele foi o primeiro a levantar a mãozinha e
respondeu: Eu! Só que na hora que ele levantou a mão no ímpeto de querer dançar
a quadrilha, ele deve ter se recordado que ele num tinha a menor possibilidade
de assumir aquele compromisso, por que ele só havia chegado até aquela sala de
aula por que alguém havia o carregado no colo. Como é que ele poderia dançar a
quadrilha se ele não parava em pé sozinho? “E o bonito da história estar nesse
momento. Quando ele reconheceu o limite que tinha, quando ele experimentou na carne
o sofrimento de não poder se comprometer tanto assim, como ele achou que podia.”
Os olhos dele então começaram desesperadamente procurar a mãe naquela multidão
por que os pais estavam na reunião também. E ele voltava os olhinhos e procurava
e procurava até que ele a encontrou e fixou seus olhinhos nela e perguntou: Eu
posso dançar? Num posso mãe? Por que você vai dançar comigo. Num vai?
E aí naquele momento “ela com sabedora da missão de ser como Deus em pequenas
medidas na vida de seu filho”. Ela respondeu: claro meu filho! Como se pudesse
dizer pra ele eu vou ser os seus passos, se você não pode andar eu andarei por
você, se você não pode dançar eu dançarei por você.